Estrigas

Foi em 1950, quando já contava com 31 anos, formado em Odontologia e começando a dar os primeiros passos na pintura, fazendo cursos na Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP), que Nilo de Brito Firmeza passou a ser chamado de Estrigas. O apelido foi herdado dos tempos do Liceu do Ceará, emprestado pelo artista circense Estriguine.


Ao longo de sua trajetória de mais de 60 anos, Estrigas participou ativamente do movimento artístico local e nacional, tendo suas obras alcançado espaço em grandes acervos. Estrigas retratou o mundo das artes plásticas cearense por meio pinturas e estudos sobre o tema, traduzidos em rica bibliografia. Pesquisador e crítico das artes cearenses, escreveu diversos livros, como: “Arte: Aspectos Pré-Históricos no Ceará” (1969); “Fase Renovadora na Arte Cearense” (1983); “A Saga do Pintor Francisco Domingos da Silva” e “Contribuição ao Reconhecimento de Raimundo Cela” (ambos em 1988); “Barrica: o Alquimista da Arte” (1993); “O Salão de Abril” (1943 a 2009); entre outros.


Foi um dos principais articuladores da Sociedade Cearense de Artes Plásticas (SCAP), ao lado de artistas como Mário Baratta e Raimundo Cela. Em 1953, assumiu a presidência da entidade que o formou e ajudou a captar apoio da gestão municipal para a realização do Salão de Abril. Sua relação com esta Mostra era sempre de afeto e delicadezas,

participou dela como expositor por diversas vezes e publicou sobre ela o livro “Salão de Abril: História e Personagens”, em 1994, e “O Salão de Abril” (1943 a 2009), sendo também homenageado em sua 30ª edição, em 1980. Entre as décadas de 1950 e 1960, Estrigas chega a criar a Escola de Belas Artes do Ceará, projeto que é interrompido após dois anos de existência.


Nesse período, conhece a pintora cearense Nice Firmeza, com quem se casa. Desde então, o casal passou a realizar diversas exposições coletivas em circuito local e nacional. Os quadros do casal já foram expostos no 10º Salão Paulista de Arte Moderna, em São Paulo, na inauguração do Museu de Arte da Universidade Federal do Ceará (MAUC) e na exposição Centrèe Hospitalier Specialisè, na cidade francesa de Toulon.


Ao casar-se com Nice, em 1961, mudou-se para o sítio da família Firmeza, no Mondubim. O espaço, no qual viveram até morrer, foi transformado em casa-museu em 1969. Chamado inicialmente de FirmezArte e posteriormente batizado de Minimuseu Firmeza, o espaço conta com obras de autoria de Estrigas e Nice, além de obras dos principais artistas plásticos cearenses, como Raimundo Cela, Mário Baratta, Aldemir Martins, entre outros.


Estrigas faleceu aos 95 anos de idade, em 02 de outubro de 2014.

CRONOLOGIA


PRÊMIOS E HOMENAGENS


1951

Salão Paulista de Arte Moderna

1954

SCAP - X Salão de Abril. 2º lugar

1975

Prêmio BNB

1988

XXXVIII Salão de Abril - Homenagem Especial: Estrigas

1996

47º Salão de Abril - Medalha Jean Pierre Chabloz - Minimuseu

1999

50º Salão de Abril - Honra ao Mérito.

2000

50º Salão de Abril - Honra ao Mérito.

2000

Assembleia legislativa "Homenagem da Assembleia legislativa do Estado pela passagem do aniversário de Fortaleza".

2001

Homenagem do Centro Dragão do Mar de Arte e Cultura e da livraria Livro Técnico. Homenagem a Estrigas pelo muito que tem feito em prol da cultura no Ceará.

2010

Homenagem do Observatório das Nacionalidades (UECE).

2000

Troféu Sereia de ouro 2010.

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